Museu Histórico do Pará receberá obras originais de Cândido Portinari
Belém receberá uma exposição nunca vista
antes no Norte do país. Trata-se da exposição “Portinari na Coleção
Castro Maya”, que será aberta no Museu Histórico do Estado do Pará
(MHEP), no dia 14 de janeiro de 2014, e ficará na cidade durante dois
meses. Com pinturas, desenhos e gravuras realizadas entre os anos de
1938 e 1959, a mostra traz para a capital paraense, 57 obras originais
de Cândido Portinari considerado o maior artista da pintura modernista
brasileira. “A exposição está vindo para Belém com o apoio do Ministério
da Cultura", diz Sérgio Melo, diretor do museu. "Belém é a terceira
capital do país a receber esta mostra. Estamos muito felizes com essa
grande oportunidade”.
Ele explica que, por se tratar
de uma exposição muito valiosa, vários critérios foram estipulados pelo
Ministério da Cultura para a escolha das cidades por onde a mostra irá
passar. Belém atendeu a todos esses critérios e foi aprovada para
receber a exposição, por possuir um museu equipado, aparelhado e com uma
equipe multidisciplinar treinada. “O fato de recebermos esta exposição
mostra a capacidade do Governo do Pará, através da Secretaria de Estado
de Cultura, de manter um bom padrão em seus prédios históricos e,
principalmente, o esforço da secretaria em buscar sempre trazer eventos
culturalmente e historicamente importantes para todos nós”, enfatizou
Sérgio.
Ainda de acordo com ele, um esquema de
segurança, dentro e fora do museu, também será montado para a
preservação das peças. A Polícia Federal dará apoio inclusive no
transporte das obras, que já começam a chegar no dia 20 deste mês.
A
exposição trata das relações tecidas ao longo do tempo entre Candido
Portinari e Raymundo Ottoni de Castro Maya, que resultou na acumulação
do maior acervo público do pintor. A mostra traz as obras de Portinari
adquiridas por Castro Maya em leilões, galerias de arte e no próprio
ateliê do artista. Os destaques são "Menino com Pião" (1947), "O Sonho"
(1938), "Grupo de Meninas Brincando" (1940), "A Barca" e "O Sapateiro de
Brodósqui" (1941), "Lavadeiras" (1943) e "Morro n. 11" (1958), além da
série "Dom Quixote".
Nascido em 1903, numa fazenda
de café em Brodowski, no interior de São Paulo, Portinari manifestou
talento para a pintura desde cedo. O artista começou a desenhar aos seis
anos e aos nove participou, durante vários meses, dos trabalhos de
restauração da igreja de Brodowski, auxiliando pintores italianos. Aos
15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Escola
Nacional de Belas Artes.
Ainda jovem, ganhou um
prêmio de pintura que lhe permitiu se aprimorar em Paris, na França.
Portinari voltou ao Brasil para registrar imagens ligadas ao povo e foi
quem melhor retratou a identidade do trabalhador brasileiro, sendo
cultuado por muitos de seus contemporâneos. Mário de Andrade, por
exemplo, considerava que o amigo era "a mais útil e exemplar aventura de
arte que já se viveu no Brasil".
Foi reconhecido
nacional e internacionalmente e virou tema de livros e mostras, dentro e
fora do País. Além de desenhos, pinturas e gravuras, Portinari se
destacou com seus painéis e murais. Alguns exemplos são o Conjunto
Arquitetônico da Pampulha e os painéis que decoram o edifício-sede da
Organização das Nações Unidas, em Nova York. A produção de Portinari, ao
longo da vida, é estimada em aproximadamente cinco mil obras. O pintor
morreu no Rio de Janeiro, em 1962.
Texto:Bruna Campos -Secretaria de Estado de Comunicação
Fonte: Agência Pará Notícias. Disponível em: http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=65433
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